Dir-se-ia que um caderno preto nas mãos de um homem é como a marca de um solitário. Um solitário é aquele que registra coisas. Vaga por aí; vê; absorve como respira e, um dia, regurgita. Eu agora tenho um caderno preto. Ele anda sempre comigo. É um bloco de notas visuais. Apontamentos; regurgitações. Tudo o que se apresenta em suas páginas foi visto por mim; e registrado no ato. Ele é os meus olhos; a minha memória - quiçá, a minha consciência! Ou, ainda, sobretudo, uma possibilidade de sobrevivência.
"Costuma rezar uma vez por dia. Sua oração não é convencional; nem faz parte de uma religião. É uma parada para apreciar os detalhes de algo. De um pequeno todo. Um pequeno nada. Ao terminar, está livre mais uma vez. Todo dia liberta-se. Liberta-se um nada por dia."
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